[OLPC Brasil] O mané outra vez...
Paulo Drummond
ptdrumm at terra.com.br
Thu Dec 18 02:58:17 EST 2008
Perdão, galera, mas não resisti. Como não é possível comentar na
origem, desabafo aqui.
Escreve o sr queiroz no site Convergência Digital (de 17/12):
"...A empresa vencedora do pregão, a qual deverá representar os
interesses da Encore no Brasil, dispõe de poucas informações
referenciais no mercado. Trata-se da Comsat Comércio, Representação,
Importação e Exportação de Equipamentos Eletro-Eletrônicos (CNPJ
92.231.521/0001-78). Ela seria um escritório de representação de uma
empresa Israelense com o mesmo nome."
Acho que o sr. queiroz é anti-semita. O que o faz pensar quando
escreve aquela sentença? Será que ele pensa que isto pode ser uma
empresa de fachada do Mossad? Quantas Comsat ele terá achado no
Google? Será que ele passou da primeira página de resultados de busca?
E continua...
"...Hoje, dezembro de 2008, a indiana Encore, por meio desta empresa
israelense que aparenta ser do ramo de importação de produtos de TI,
pretende bancar o "Mobilis", a um custo unitário de R$ 550,33. Mesmo
com o dólar cotado na casa dos R$ 2,34. Isso significa que o
equipamento será vendido ao governo com um preço unitário de US$
235,18."
O sr queiroz continua fissurado com as "representações aparentes", e
se preocupa em fazer contas baseando-se numa cotação do dolar num
momento de extrema volatilidade, ao invés de pensar no resultado
prático da compra. Bancar o "Mobilis", sr. queiroz? Isto não é um
jogador de futebol! Com o dolar cotado na casa dos R$2,34?!?!? Isto
não é uma commodity, sr. queiroz; não é batata nem petróleo, muito
menos um ativo podre da Fannie May. E se o pregão tivesse acontecido
em julho, sr. queiroz, teria sido melhor ou pior?
a vai além...
"...Se tal equipamento for importado, uma vez que, oficialmente, não
consta que essa empresa comercial israelense COmsat tenha um "PPB"
para produção local do Mobilis, a Encore deverá pagar o Imposto de
importação cheio, que fica em torno de 12%. Além disso terá um
acréscimo de 15% de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
(cheio). E ainda pagará uma alíquota que varia entre 12 e 18% de ICMS
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, dependendo do
Estado por onde equipamento for entrar no país."
"Fica então a seguinte questão: O preço apresentado pela Encore levou
em conta toda a pesada carga tributária a ser recolhida, uma vez que
ela não tem os incentivos fiscais da Lei de Informática? Ao aplicar
esses percentuais em cima do preço unitário da máquina indiana,
verifica-se facilmente que ela deverá ficar com um custo até maior do
que os preços das duas máquinas concorrentes com fabricação (montagem)
nacional. Tanto a Digibras (CCE) quanto a Positivo (Classmate) já
embutiram os custos do dólar e os impostos. Mas como gozam de
alíquotas muito menores por receberem os incentivos fiscais ds lei de
TI, acabam vencendo essa disputa no campo tributário."
O sr. queiroz continua preocupadíssimo com valores, tributação e com a
"companhia israelense". Ou será indiana? Jones.
Custo, sr. queiroz, é o valor que se despende para produzir alguma
coisa (em todos os setores da economia); e preço, sr. queiroz, é o
valor que se põe em alguma coisa para vender. Um não é necessariamente
menor que o outro.
Interessante que ele "sabe" que "essa empresa comercial israelense"
não tem (sic) um processo produtivo básico (PPB).
PPB, sr. queiroz, não se tem, como a um par de chinelos, um
apartamento ou um chaveiro. PPB, sr. queiroz, é um conjunto de
operações industriais que caracterizam um produto como tendo sido
industrializado (no país). PPB, sr. queiroz, é definido em lei. Ao
PPB, sr. queiroz, ainda que jargão, atende-se, adequa-se ou cumpre-se;
não se tem.
Interessante que ele "sabe" que a CCE e a Positivo embutiram alguma
coisa no valor das respectivas propostas, e curiosamente "não sabe" se
a Encore o fez. Se o preço é final, como reza o edital, sr. queiroz, é
final. Ponto.
e fulmina...
"...Esses custos, por exemplo, devem de alguma forma, agora (sic), ter
influído no fiasco em que se tornou o "XO" da "Organização Sem Fins
Lucrativos" - a OLPC ( Sigla em inglês para 'um laptop por criança'),
que desta vez sequer compareceu ao pregão 107/ 2008 do Fundo Nacional
do Desenvolvimento da Educação."
Como é que os custos -- agora -- devem ter influído no fiasco de
alguma coisa? Universos paralelos, sr. queiroz, são uma teoria, ainda
por ser comprovada.
E o cara se diz jornalista.
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