Re: [OLPC Brasil] Teorias da Conspiração

Sat Feb 17 13:29:52 EST 2007

Toda a tecnologia da informação que utilizamos possui a quase totalidade dos
componentes e projetos realizados por engenheiros norte-americanos ou sob
sua supervisão.

Mesmo quando sua produção efetiva se dá na China.

Quando a Unicamp comprou um supercomputador no final da década de 80, isso
foi motivo de negociação entre Estados Nacionais, e não entre vendedores e
consumidores, como dita o capitalismo liberal.

Para solucionar impasses, uma outra máquina foi deliberadamente colocada
para repassar aos EUA toda a rotina diária de processamento do
supercomputador da universidade. O motivo (ou desculpa): os americanos
queriam ter certeza de que não estávamos fazendo cálculos para uma "bomba
nuclear" ou algo assim.

É claro que eles também tinham acesso a todos os outros cálculos, incluindo
todas as nossas pesquisas e inovações tupiniquins...

Em tese, é possível monitorar ligações telefônicas, Internet (cuja
totalidade do tráfego brasileiro passa por Miami), computadores
governamentais e etc... Os satélites espiões podem ler placas de carro,
jornais e identificar pessoas. Somente os algoritmos usados pelo Google são
suficientes para traçar perfis de consumo e comportamento (a empresa sabe
disso e coloca o compromisso com o sigilo como sua moeda de maior valor).

Não será o XO ou outro de seus companheiros que irá despertar a ânsia
fofoqueira dos arapongas ianques e locais. Só see for para descobrir nossas
inovações na sala de aula... E como nossas crianças podem se divertir e
descobrir mais do que as de outros países.

Agora para Marta:

A educação brasileira vive a eterna "crise da falta". É uma situação que
nenhum projeto macro-social resolve, pois depende da atuação local, onde
computadores, infraestrutura esportiva, livros, salas e verbas não se tornam
úteis sozinhos. E acabam encostados em em "locais especiais", longe do
dia-a-dia da escola e, quiçá, com algumas poucas horas semanais para cada
turma de crianças.

Mas se é para pensarmos em mudar esta realidade, por que não embutir aí o
futuro, somando-o às demandas passadas?

Não vejo imposição tecnologógica, na forma como projetos como a UCA. Vejo
alertas e possibilidades. E novas variáveis a serem consideradas no debate
que sempre ocorreu.

Em 17/02/07, marta caputo <mvcaputo at yahoo.com.br> escreveu:
>
>
>  Prezados,
>
> A propósito da notícia publicada hoje pelo Washington Post em
> http://www.olpcnews.com/people/negroponte/olpc_cia_conspiracy_theory.html primeiramente
> gostaria de refletir convosco sobre a maneira pela qual o termo"teoria da
> conspiração" vem sendo empregado pela "mídia oficial" norte-americana e, por
> conseguinte, pela nossa "mídia oficial", já que os complexos midiáticos
> ocidentais operam como multinacionais, com suas filiais alí e acolá...
> Após os ataques de 11/9/2001 em NY, qualquer questionamento acerca das
> hoje sabidas falsas razões para que George W Bush deflagrasse essa estúpida
> e covarde guerra contra o povo iraquiano tornou-se uma "teoria da
> conspiração". Ou seja: questionar as deliberações do governo
> norte-americano, mesmo que você tenha calhamaços de provas, documentários,
> depoimentos e investigações de grupos ativistas, de direitos humanos ou
> pontos de vista contrários à ideologia imperialista e neo-liberal da gangue
> do New American Century Project <http://www.newamericancentury.org/> ,
> você na verdade, aos olhos dos "entusiastas" do pensamento único<http://www.rizoma.net/interna.php?id=196&secao=anarquitextura>,
> não tem nada disso, mas está apenas tecendo uma "teoria da conspiração".
> Questione a ordem imposta e serás apontado como um conspirador. Ou até, como
> terrorista ou colaborador.
>
> Quanto às possibilidades de sermos espionados pela CIA por meio dos
> laptops das crianças, creio que essa poderia ser a solução da lavoura!
> Imaginem quantos agentes da CIA não teriam que aprender português
> rapidamente para desempenhar tal tarefa! Por mais que o *tracking* por
> palavras-chaves seja uma tarefa automatizada, interpretar as mensagens que
> contenham tais palavras, ameaçadoras no entender da CIA e do governo
> norte-americano, exigiria uma grande demanda de trabalho intelectual humano,
> concordam? Seria uma ótima oportunidade para norte-americanos perderem o
> ranço que têm por aqueles que não dominam o seu idioma. Uma fantástica
> oportunidade para aprenderem uma segunda língua! Em tempos de desemprego
> global, nesse caso, nossas chances de nos tornarmos funcionários do estado
> norte-americano, como profssores de português se ampliam fantásticamente!
> Quanto a entregarmos a educação de nossos filhos ao Conselho de
> Inteligência Nacional dos Estados Unidos... bem... será que não dá na mesma
> que entregá-la ao Ministério da Educação Brasileiro?
> Pois, convenhamos, a mídia não notícia  com ênfase alguma, nem mesmo nos
> USA, diante das terríveis investidas da censura nesses tempos bicudos  e prá
> lá de caóticos na terra do Tio Sam (pior que o período da ditadura em nosso
> país, né? fala sério!), mas a educação básica em terras yankees não é lá uma
> das maravilhas do planeta, não é mesmo? E, no momento, com as demanda$$$
> militare$$$, tem muita escola no mais poderoso país do planeta até mesmo sem
> merenda. Assim, imaginem os salários dos professores lá também...
> Portanto, apesar de ser uma entusiasta dos usos da tecnologia em sala de
> aulas, conheço a realidade de nossos alunos e professores. Conheço também o
> que podem produzir, quando bem orientados e incentivados. Não tenho dúvidas
> da evolução da autonomia de cada um em construir seu próprio aprendizado,
> mediante os usos das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação.
> Entretanto, como alguém mesmo disse aqui nesta lista, a educação no
> Brasil, no momento, precisa muito mais do que computadores. A começar por um
> projeto político-pedagógico que reflita o desejo coletivo do país que se
> quer construir.
> Sem isso, essa quase que imposição do uso *dessa* tecnologia,
> especificamente, em sala de aula, sem qualquer programa de treinamento
> específico de pessoal que reflita claramente os pressupostos de um projeto
> político-pedagógico, articulado pelas mais diversas instâncias da sociedade
> brasileira, está fadado a ser recebido com resistências de várias ordens. E
> aí, mais uma vez, teremos desperdiçado somas vultuosas em um projeto cujos
> fins, obscuros para o conjunto da sociedade, encontrarão seu destino - ou
> seja, o absolutamente imprevisível. Já que com a mesma tecnologia pelo meio
> da qual se pretende educar, se fomenta e se amplia também toda a sorte de
> males desses nossos tempos...
>
> Um abraço,
> Marta
>
> **
> *José Antonio <joseantoniorocha at gmail.com>* escreveu:
>
> Wayan Vota, do OLPCnews, acha bobagem a teoria da conspiração<http://www.olpcnews.com/people/negroponte/olpc_cia_conspiracy_theory.html>de que agências norte-americanas de três letras vão espionar milhões de
> famílias no mundo, com o laptop XO.
>
> Mas ele acha que há a possibilidade de governos dos países pobres fazerem
> isso.
>
> Eu acho mais fácil as pessoas espionarem os (des)governos com câmeras e
> microfones, do que o contrário.
>
> Desrespeitou aposentados? Filma e bota na rede! Filas quilométricas? Bota
> na rede! Exigiu propina? Atendeu mal no guichê? Abusou da autoridade? Filma!
>
> #end
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> nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
> atividade: "Pesquisa e aprendizado em mídias digitais"
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Jaime Balbino Gonçalves da Silva
Designer Instrucional e Consultor em sistemas de ensino
Gestão, automação e adaptação em EAD
Pedagogo e Técnico em Eletrônica
Campinas, SP - Brasil
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