[OLPC Brasil] softwares educacionais têm eficiência duvidosa

Denise Vilardo dvilardo at gmail.com
Mon Apr 9 00:24:23 EDT 2007


Vamos começar do início?

Como dizia Paulo Freire, educamo-nos sempre em comunhão.

Partindo desse princípio, qualquer ato educativo pressupõe relação e
presença, e com a atividade (essa palavra já deu o que falar por aqui por
esses dias...) educativa via computadores não é diferente.

Ou seja, a educação virtual supõe conexão com outras pessoas: relação e
presença.

E, se estamos todo o tempo falando em "Educação em Rede", "aprender em
Rede", isso compreende que devemos passar a utilizar uma referência
educativa exatamente oposta ao que se vê atualmente, que é uma educação
individualista, voltada para a competição e para o "como levar vantagem".

A Educação em Rede necessita de conectividade, companheirismo, colaboração.
E para que  isso ocorra, eu já disse isso aqui outras vezes, precisamos de
ideologia.

De nada adiantará distribuir computadores  sem ideologia, sem mudança de
comportamento, de atitude frente à aprendizagem.  As máquinas podem chegar
às escolas e nada representarem, se não houver uma mudança radical no
ambiente escolar, nas concepções que ainda perduram. Tem que haver um
projeto político-pedagógico que acolha o projeto de informática, e um
projeto de informática que expresse o projeto político-pedagógico. É via de
mão-dupla.

Moacir Gadotti (professor da USP e diretor do Instituto Paulo Freire), diz:
*"O novo meio exige uma visão mais construtivista e interacionista, em
oposição ao instrumentalismo e à competitividade dominantes. Uma nova Pedagogia
da Virtualidade faz-se necessária. Não basta ser usuário de um computador ou
saber navegar pela Internet. Com a Educação em Rede, a formação centra-se na
aprendizagem. Muda, portanto, o foco da educação tradicional."*

E, para que isso ocorra efetivamente, precisamos de professores com uma nova
atitude, porque espera-se uma Educação que também seja produção, seja
mediação e acompanhamento. Por enquanto, os professores ainda não perceberam
o seu tremendo potencial de companheiros de idéias emancipatórias e de
fomentadores de projetos inter/transculturais.

Isso tudo pra tentar dizer que os softwares mais bonitos, sofisticados e
competentes não garantirão melhoria de aprendizagem, sem que a dimensão
desse professor/mediador seja revista, sem que haja uma profunda
transformação dos modelos existentes.

Os softwares educativos, por si, não realizarão milagres.

A "Educação em Rede" tem todos os requisitos necessários para detonar a
urgente e necessária mudança da escola que ainda existe.

E assim, quem sabe, os meninos passem a aprender a aprender?

Um grande abraço a todos

Denise Vilardo




Message: 2
Date: Sat, 7 Apr 2007 13:43:56 -0100
From: " Jos? Antonio " <joseantoniorocha at gmail.com>
Subject: [OLPC Brasil] Softwares educacionais t?m efic?cia duvidosa
To: "OLPC Brasil" <Brasil at laptop.org>, EADBR < eadbr at googlegroups.com>,
       "EAD Unicamp" < ead-l at listas.unicamp.br>
Message-ID:
       <e1fc705b0704070743u2d097d74j4b6d8301000973c at mail.gmail.com >
Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"

Segundo o Washington Post, estudo nos EUA mostrou que o uso de softwares de
matem?tica e apoio ? leitura n?o resultou em melhor desempenho de alunos que

o proporcionado por m?todos
tradicionais<http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040402715.html
>
.

No momento em que o governo brasileiro estuda implementar o projeto UCA,
cabem reflex?es sobre a pesquisa.

A mat?ria n?o fala nos projetos pedag?gicos por tr?s da implementa??o de
softwares educacionais.

Um dos pontos a refletir ? justamente a diferen?a entre o tipo de software
usado pelas escolas norte-americanas e o tipo de software proposto pelo
projeto OLPC. At? o momento, o que o OLPC mostra s?o programas para
comunica??o e express?o a serem usados como ferramentas para a descoberta. O
que fazer com eles depende das atividades propostas pelos professores.

J? os programas norte-americanos, pelo que entendi, s?o esp?cies de
tutorais.

Por outro lado, no final da mat?ria h? uma aula de jornalismo:

"To persuade companies to participate in the study, researchers promised not
to report the performances of particular programs. Among the businesses
whose products were in the study were LeapFrog SchoolHouse, PLATO Learning,
Scholastic Inc. and Pearson. (The Washington Post Co. owns Kaplan, a test
preparation company that sells education software. Kaplan applied to be in
the study but was not included.)"

Ou seja: o di?rio deixa claro ao leitor que tem uma empresa de material
educacional n?o escolhida para participar dos testes. Fica a cargo do leitor
decidir se a mat?ria falando dos concorrentes foi enviesada ou n?o.
#end--
nome: "Jos? Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
atividade: "Pesquisa e aprendizado em m?dias digitais"
googletalk: email: MSN: joseantoniorocha at gmail.com
ICQ: 658222 Skype: "meiradarocha_jor"
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