[OLPC Brasil] Re: Brasil Digest, Vol 10, Issue 36

Denise Vilardo dvilardo at gmail.com
Fri Dec 29 07:49:37 EST 2006


Em 27/12/06, Info-educativa<info-educativa at melhorart.com> escreveu:>>

Felizmente podemos perceber que não estamos sós!! Valeu Denise! Você>
conseguiu expressar muito bem o que, acredito, seja o pensamento de grande>
parte dos professores do país. Precisamos não só conhecer o projeto quanto

> > conhecer as possibilidades pedagógicas de desenvolvimento e criação das
> > atividades. Que o laptop é "fácil de manusear", nós sabemos, mas o
> problema
> > está em desenvolver atividades realmente educativas e que atendam às
> > necessidades da aprendizagem.
> >  Como você muito bem colocou:
> >  "Se for desse jeito, será um grande equívoco. E como não dá tempo de
> > "graduar"  novamente todos os que já se encontram no mercado de
> trabalho, a
> > formação em serviço dos professores deve ser densa e contínua, junto com
> a
> > dos meninos."
> >
> >  Acho também que alguma iniciativa terá que partir de nós mesmos, pois
> não
> > podemos ficar de braços cruzados esperando que as maquininhas cheguem,
> pra
> > começar a arregaçar as mangas...
> >  Espero sinceramente, que exista algum planejamento em relação ao
> preparo
> > dos professores por parte do governo...mas...enquanto isso não ocorre,
> quem
> > pode, como nós, poucas privilegiadas, podemos correr atrás!
> >  Concordam???
> >
> >  Jenny Horta



Jenny,

pode ter certeza que não estamos sós!

Tem muita gente boa pensando o/no Projeto. O que sentimos falta é de uma
maior divulgação sobre os passos que estão sendo dados e fica uma
inquietação dentro da gente, com vontade de também participar, sabendo que,
se todos pudessem colaborar, efetivamente, talvez as propostas fluíssem com
mais facilidade e criatividade.

Em princípio, a minha sugestão é que também distribuam laptops para os
professores, para que eles possam se familiarizar com as pequenas máquinas e
inventar possibilidades de trabalho com elas.

Não dá pra negar esse acesso a quem, justamente, irá viabilizar o Projeto.
Os professores precisam se apropriar dessa ferramenta pra começarem a pensar
nela como instrumento de trabalho. É uma tarefa mais sofisticada, que vai
além da necessidade de apenas incluir digitalmente os docentes. Porque,
volto a insistir, o professor TEM que fazer parte do processo, tem que
testar, tem que descobrir, tem que experimentar, tem que criar; ele não pode
ficar à margem do que vem por aí, senão será mais um modismo, como tantos
outros que surgem, cobertos de boas e legítimas intenções e fundamentações e
que dão em... nada! Não há mudança, não há transformação.

É por sempre negarem aos professores esse direito de pensar junto, que eles
acreditam em algumas falácias, tais como: achar que no construtivismo é "o
aluno que aprende sozinho"; "é só esperar dar o `estalo`" ; ou, ainda,
quanto à avaliação contínua, dizer que é "aprovação automática". Sabemos que
tirar da cabeça do indivíduo aquilo que já está instaurado é muito mais
difícil do que começar uma nova idéia!

Quem trabalha com formação de professores - como eu - sabe que nosso desafio
é desconstruir continuamente os conceitos equivocados, o senso-comum
cristalizado e a renovação dos valores éticos. Porque, junto com tudo isso,
também temos que trazer a discussão do papel desse formador de pessoas. Isso
não pode/deve ser esquecido em momento algum. As mudanças que precisamos
devem levar os nossos alunos e professores a ficarem mais sabidos, a terem
autonomia intelectual, mas, fundamentalmente, devemos formar pessoas
melhores do que nós temos sido.

Abraço fraterno

Denise Vilardo
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