Re: [OLPC Brasil] Informações sobre projeto Plurall foram sonegadas pelo G1

Jaime Balbino jaimebalb at gmail.com
Tue Dec 12 08:35:08 EST 2006


Zé Antonio,

Parabéns pelas compilações e análises das notícias. Infelizmente o
jogo sujo só está começando. Mas vamos a algumas considerações:

Sites de "TI" estão muito mais preocupandos com seus negócios do que
com o bem estar da sociedade, embora eles muitas vezes confundam as
duas coisas. O "Convergência Digital" possui o tipo de pessoal que
acredita que se o governo federal lhes der toda a verba do FUST, vão
poder comprar toneladas de equipamentos na Lucent, "cabear" todas as
grandes cidades do país, cobrar um preço de conexão "socialmente
justo" e viver em Miami com o lucro. Para eles, isto é que é
desenvolvimento tecnológico e inclusão digital.

Como se trata da sobrevivência dos "empresarários comprometidos com o
crescimento do país", qualquer modelo alternativo não pode ser
considerado, pois irá por em risco sua "missão" salvadora da pátria
(Max Weber explica).

Assim, não adianta brigar com este pessoal que estudou em boas escolas
de engenharia e só se preocupou com seu próprio bem estar. São eles
que preferem inventar bônus de minutos ao invés de baixar o preço das
tarifas de celular; são eles que defendem o pagamento por serviço e só
pensam em inclusão digital quando o mercado corporativo e da classe
média alta está saturado. São eles que vêem nas escolas públicas um
caminho para tirar muito dinheiro do governo.

Tudo em nome do desenvolvimento do país.

Estes pelo menos são ideológicos, a sua maneira. Pior eu acho o
pessoal do Cowboy, que claramente copiou a idéia da OLPC, encapsulou
dentro de uma plataforma Intel, subfaturou o preço e propagandeia que
é algo completamente diferente, feito com "tecnologia 100% nacional".
São pesquisadores, ora. Só a reprodução da experiência da OLPC já é
uma conquista da inteligência nacional, por que negar-lhes a autoria?
Por que mentir sobre a OLPC? Por que se atribuir as vantagens do
projeto original?

Um mercado completamente novo se abiru em janeiro de 2005, em Davos,
quando Negroponte anunciou seu projeto. Há muitos espaços para serem
ocupados além das escolas públicas: escolas particulares, técnicas,
universitárias, ensino livre, cidadão comum, TV Digital... Será que a
OLPC terá que também "descobrir" estes nichos para poderem enxergar o
real tamanho do "novo continente"?

Na minha opinião, as mesmas "leis de mercado" que mantiveram longe da
possibilidade de inclusão milhares de jovens, atuam para limitar este
novo mercado a um nicho público. Afinal, os empresários da
Convergência Digital e da Intel (parceira da Rede Globo na sua TI
interna) não querem que o público descubra que poderia pagar muito,
muito menos, pelos equipamentos que hoje possuem. E que há vida longe
do Celular.

Um abraço,
Jaime.

2006/12/12, José Antonio <joseantoniorocha at gmail.com>:
> Depois de ler sobre o projeto Plurall, fiquei com a pulga atrás da
> orelha, porque sou jornalista e sei como se "manipulam"
> (conscientemente ou não, com terceiras intenções ou não) as
> informações na imprensa. Pelo site, o projeto parece bem sério e
> embasado. Dito e feito:
>
> Escrevi para o Ricardo Prado Schneider, responsável pelo projeto:
>
> On Dec 12, 2006, at 07:38 , José Antonio wrote:
>
> > Olá, amigo!
> >
> > Gostaria de saber de mais detalhes sobre o projeto plural. Por
> > exemplo, qual o projeto pedagógico por trás do Plurall, e se o que
> > você falou ao portal G1 foram realmente palavras suas.
> >
> > http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1383381-6174,00.html
> >
> > É que várias iniciativas como esta ou como o PC Cowboy estão sendo
> > usadas, fora de contexto, contra o projeto OLPC. A trama foi urdida
> > pelas organizações Globo, Abril, Folha de São Paulo, Estado de São
> > Paulo e Fiesp, conforme denunciou Paulo Henrique Amorim em palestra na
> > Cásper Líbero.
> >
> > A Veja, da Editora Abril, notoriamente modifica entrevistas para
> > distorcer a realidade como bem entende. Foi isso que aconteceu?
>
> E recebi a resposta:
>
> José Antônio,
>
> De fato, na matéria não está um trecho em que eu discuto vantagens do
> projeto OLPC, com isso outros comentários que fiz ficaram fora de
> contexto e a nossa posição de colocar o Plurall como alternativa fica
> parecendo mais uma crítica direta ao OLPC.
>
> Você pode me explicar mais sobre essa colocação do Paulo Amorim?
> Sabendo mais disso posso tomar cuidados bem maiores com a forma com
> que nos colocamos publicamente.
>
> Sobre questões de apropriação tecnológica (incluindo questões
> pedagógicas), a Liliane Leroux (em CC) pode comentar mais.
>
> Ressalto que a missão da Movimentos em Rede é fortalecer as
> articulações em rede dos movimentos populares e organizações sociais.
> O Plurall é, do ponto de vista da Em Rede, um meio de ampliar as
> possibilidades de acesso a Internet (como ambiente de expressão e
> colaboração para esses movimentos e organizações).
>
> Nesse sentido o OLPC é também um projeto interessante do nosso ponto
> de vista.
>
> Gostaria de saber mais sobre a sua atuação nessa área também.
>
> Abraços,
> Ricardo Prado Schneider
>
> ------------------------
>
> Recomendo, então, uma leitura mais embasada do projeto Plurall, que me
> pareceu muito bom.
>
> --
> nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
> atividade: "Consultoria e treinamento em mídia impressa e online"
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Jaime Balbino Gonçalves da Silva
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Campinas, SP - Brasil
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