[OLPC Brasil] O mané outra vez...

Jaime Balbino jaimebalb at gmail.com
Thu Dec 18 07:52:08 EST 2008


O Valor Econômico de hoje dá um exemplo de como se faz uma reportagem
informativa. Um banho na "cobertura" feita pelo Queiroz da Convergência
Digital. E olha que o repórter teve que entegrar o material bem antes, para
ser editado e impresso no jornal de hoje.

http://www.linearclipping.com.br/cnte/detalhe_noticia.asp?cd_sistema=93&codnot=585454

 Laptop indiano vence pregão com oferta de R$ 82,5 milhões
   Data: 18/12/2008
Veículo: VALOR ECONÔMICO -SP
Editoria: TECNOLOGIA
Jornalista(s): André Borges
 Assunto principal: FNDE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
OUTROS
   André Borges, de São Paulo

 Depois de quase quatro anos de testes, especulações e polêmicas, o governo
federal finalmente conseguiu dar um passo concreto em seu projeto para
distribuir computadores portáteis a alunos de escolas públicas do país.
Ontem, depois de quatro horas de pregão eletrônico, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) bateu o martelo para a compra de 150 mil
computadores portáteis, máquinas que serão distribuídas entre 300 escolas,
em 270 municípios.

 Depois de avaliar as propostas de sete empresas, o FNDE, órgão ligado ao
Ministério da Educação (MEC), anunciou como vencedora a empresa paulista
Comsat, que produz o portátil Mobilis. Com a proposta final de R$ 82,55
milhões, a Comsat venceu a disputa com um equipamento criado pela companhia
indiana Encore. Cada portátil custará ao governo R$ 553, valor que inclui os
serviços de distribuição nas escolas, 12 meses de garantia, manutenção e
configuração das máquinas. O portátil deverá ter memória RAM com no mínimo
512 megabytes, capacidade de 1 gigabyte, tela de cristal líquido de sete
polegadas, dispositivo de acesso à internet sem fio e pacote de software de
código aberto. Os sistemas incluem editor de textos, planilhas e
apresentação de slides.

 Na segunda-feira, o MEC irá testar o equipamento da Comsat para verificar
se o Mobilis atende às exigências do edital. O equipamento já vinha sendo
testado em um projeto piloto na escola da Vila Planalto, no Distrito
Federal. "Estamos prontos. Agora vamos trabalhar no projeto", disse ao Valor
Jakson Alexandre Sosa, diretor-presidente da Comsat.

 O resultado surpreendeu o mercado. Esse é segundo pregão que o governo
realiza para comprar os portáteis do projeto conhecido como Um Computador
por Aluno (UCA). Há um ano, quando o MEC fez sua primeira tentativa, a
Comsat nem chegou a entrar na disputa, porque, segundo Sosa, seu equipamento
não atendia às especificações técnicas do edital. Naquela ocasião, a empresa
que venceu o pregão foi a Positivo Informática. O governo, porém, não gostou
do resultado e entrou numa queda-de-braço com a Positivo para tentar reduzir
o valor de sua proposta. A fabricante de Curitiba queria R$ 98 milhões para
realizar o projeto - R$ 654,00 por portátil ou US$ 350, conforme a cotação
do dólar fixado à época, em R$ 1,86. Depois de várias semanas de discussão,
o pregão foi cancelado.

 Ontem, ao fechar com a Comsat, o governo concordou em pagar R$ 553,00 por
equipamento, valor que, pela cotação atual da moeda americana, equivale a
cerca de US$ 235. A Positivo estava novamente na disputa, mas a proposta
mais baixa que conseguiu fazer desta vez foi de R$ 100,24 milhões, o que lhe
rendeu o terceiro lugar no pregão do MEC. A segunda melhor oferta foi
apresentada pela CCE, que queria R$ 100 milhões para executar o projeto.

 "Estamos frente à abertura de um período de ricas experiências para a
educação", disse César Álvarez, assessor especial da Presidência da
República e coordenador do UCA. "É a janela para uma experiência que será
acompanhada de perto."

 Uma vez que seu portátil seja homologado, a Comsat terá 40 dias para
distribuir o primeiro lote de laptops - 105 mil máquinas, o equivalente a
70% do total. O volume só poderá ser inferior se as escolas públicas não
estiverem aptas a receber os computadores. A proposta é que os notebooks
distribuídos aos alunos sejam utilizados como ferramenta de apoio ao ensino.
Caberá a cada escola decidir se o aluno poderá ou não levar seu micro para
casa.

 A indiana Encore, que detém a propriedade intelectual do Mobilis, chegou ao
Brasil em janeiro do ano passado com o propósito de apresentar seu pequeno
computador portátil, um equipamento que a companhia já distribuía em cidades
indianas ao preço médio de US$ 160. A adaptação do Mobilis foi fechada com a
Comsat, que já detinha duas unidades fabris em Taboão da Serra e São José
dos Campos, no Estado de São Paulo, voltadas à produção de placas-mãe. Mais
recentemente, a Comsat também começou a fabricar conversores de TV digital.
Para trazer o Mobilis ao país, as empresas fizeram um investimento inicial
de R$ 2 milhões.

 A vitória da Comsat e seu laptop indiano desbanca projetos bem mais
populares que o Mobilis. É o caso do Classmate, o modelo da Intel fabricado
pela Positivo; e do chamado "XO", a iniciativa que serviu de inspiração ao
governo federal para lançar o UCA. Mais conhecido como laptop de US$ 100, o
portátil idealizado por Nicholas Negroponte, ex-professor do MIT
(Massachusetts Institute of Technology), chegou a ser entregue ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2005. Para representar o equipamento,
foi criada uma organização internacional sem fins lucrativos, a Um Laptop
por Criança (OLPC, na sigla em inglês). "Negroponte teve um papel crucial em
todo esse processo", diz César Álvarez. "Foi o projeto dele que detonou esse
movimento."
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