[OLPC Brasil] [Ead-l] Professor de ciência da computação critica projeto Um Laptop por Criança

Jaime Balbino jaimebalb at gmail.com
Fri Jul 13 09:28:01 EDT 2007


Aparentemente o material que ele irá apresentar na SBPC é o mesmo que
está disponível em seu site e faz parte de um livro seu já publicado.

Fiz uma análise dos seus argumentos para uma série, mas ainda não a
publiquei. O título será: "O pomo da discórdia 2: sobre computadores e
jardins floridos".

É impossível discordar de grande parte das argumentações do professor.
Mas é exatamente nos poucos pontos de dissenso, nas tergiversações e
no seu desconhecimento/antipatia "pétrea" pelo projeto em si e pela
tecnologia em geral que seu trabalho desbanca para um radicalismo
limitante e nada científico.

Para ficar num único ponto: qualquer redução do uso da tecnologia à
conceitos lógico-matemáticos é limitação de planejamento e visão
humanas e não técnica. Minha própria experiência diz que deve-se tomar
cuidado para não abstrair demais a ponto de exigir formalidades
linguísticas exageradas de crianças até 6 anos, pelo menos. Mas
elementos que podem ser concretamente trabalhados, como letras,
música, jogos, espaços, etc... podem ser complemetares, e com sucesso,
a outras atividades.


Outros tantos autores que trabalharam com a relação da educação com a
humanidade irão concordar comigo.

Alguns acreditam na força e segurança da tradição em educação, outros
na inovação e no acompanhamento de tendências futuras. O diálogo e o
debate entre os dois pontos é positivo e fundamental para o
equilíbrio. No final, estamos cada um cumprindo seu papel social.


Um abraço,
Jaime Balbino
Learning Designer
http://www.dicas-l.com.br/educação_tecnologia
http://mobeduc.blogspot.com


Em 10/07/07, Renato M.E. Sabbatini, PhD<listas at edumed.org.br> escreveu:
> Professor de ciência da computação critica projeto Um Laptop por Criança
> Sexta-feira, 06 de Julho de 2007, 19h31
> O professor titular do departamento de Ciência da Computação do Instituto de
> Matemática e Estatística (IME) da USP, Valdemar Setzer, criticou duramente o
> projeto Um Laptop por Criança, oferecido pela ONG OLPC (One Laptop Per
> Child), que visa distribuir computadores portáteis a estudantes de vários
> países, assim como o interesse do governo brasileiro no projeto. O One
> Laptop Per Child foi idealizado por Nicholas Negroponte, do Massachusetts
> Institute of Technology (MIT).
>
> Setzer diz que o programa não é uma forma efetiva de propiciar mais
> conhecimento e desenvolvimento intelectual às crianças e aos adolescentes e
> melhorar o seu rendimento escolar. O professor, um dos mais obstinados
> críticos aos meios eletrônicos e o seu impacto sobre a educação, em seu
> trabalho de pesquisa estuda a influência que a TV, o computador e os jogos
> eletrônicos exercem especialmente sobre as crianças. A sua posição é:
> "Deixem as crianças serem infantis, não lhes dêem acesso a TV, jogos
> eletrônicos e computador!".
>
> Setzer fará uma avaliação do programa durante conferência na 59ª Reunião
> Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que
> acontece entre os dias 8 e 13 de julho, em Belém (PA). O propósito do
> professor é mostrar que o projeto OLPC não é acompanhado por nenhum projeto
> educacional específico. "A mentalidade é a de que computador no ensino é
> bom, ponto final.". Ele abordará em sua palestra dois aspectos: o local,
> isto é, por que ele é inapropriado para o Brasil; e o universal, válido para
> qualquer uso de computadores por crianças e jovens.
>
> No primeiro caso, vai mostrar vários fatores que deveriam impedir esse
> projeto de ser concretizado, tal como a questão fundamental das prioridades
> dos gastos públicos com educação. "No Brasil, há prioridades muitíssimo mais
> urgentes, como a melhoria dos salários dos professores e seu melhor preparo
> didático, a melhoria das condições das escolas etc.", observa Setzer.
>
> Quanto aos fatores universais, Setzer, desde 1976, tem-se mostrado
> decididamente contra o uso de computadores por crianças e jovens pelo menos
> até os 15 anos de idade. Ele justifica sua posição contrapondo o fato de o
> computador ser uma máquina matemática, que exige o uso de linguagem e
> pensamento formais, lógico-simbólicos, ao desenvolvimento da criança e do
> jovem segundo a conceituação e prática da pedagogia Waldorf. "Nessa
> conceituação, o pensamento e a linguagem formais impostas pelo computador
> são impróprias para crianças e jovens, prejudicando um desenvolvimento
> intelectual harmônico com o resto de seu desenvolvimento", diz o professor.
>
> Segundo ele, essa conceituação é corroborada por resultados de pesquisas que
> mostram que, estatisticamente, quanto mais uma criança ou jovem usa um
> computador, pior o seu rendimento escolar. Da Redação
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> Version: 7.5.476 / Virus Database: 269.10.2/893 - Release Date: 9/7/2007
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