[OLPC Brasil] Negroponte está explorando os pobres?
José Antonio
joseantoniorocha at gmail.com
Thu Jan 25 22:40:03 EST 2007
(In portuguese)
Pesadas críticas em relação ao OLPC:
"MIT and Negroponte are exploiting the world's poorest countries with OLPC"
http://www.ntb.no/article.aspx?Section=NTBPRM&RefID=2426708&MainGroup=8192
Equivocadas, no meu entender. Não sou nenhum fã de Negroponte, mas vamos
analisar a situação com dados:
1. É caro.
Não é caro, como demonstra esta planilha de
custos<http://spreadsheets.google.com/ccc?key=pH0vKjJkMrh1idN9DYPEAeg>.
Não só não é caro, como custa metade do preço de alternativas.
A planiilha acima, na parte referente ao Fundeb, mostra que o custo dos
laptops pode perfeitamente caber no orçamento de escolas. Cada escola
receberá mensalmente, em média, R$ 8.360,00 do Fundeb. O projeto UCA poderá
custar R$ 2.600,00 por escola a cada mês (escolas no Brasil têm uma média de
330 alunos e 12 professores).
2. Risco tecnológico
Quem acompanha os canais do OLPC, verifica que o desenvolvimento está indo
bem.
3. Erro de marketing.
"Laptop de 10 bucks" é só marketing para gerar notícias. Bastante eficiente,
por sinal. Talvez um dia se chege a esse preço, mas isso não têm importância
agora.
4. Wrong target group
"Children in the 6-12 age group don't need PC access in the way older
children and young people do and therefore no such market exists today."
Hã? De onde ele tirou essa idéia? Não é o que o Laboratório de Estudos
Cognitivos da Ufrgs e muitas outras entidades descobrem...
5. MIT and OLPC are unethical
"Every year in the west we destroy tens of millions of PCs which are far
better than OLPC and which would cost not much more than a tenth of OLPC to
put to use in developing countries. This is established technology which can
run the latest software and get the recipients up to western levels of IT
technology without delays. In the present circumstances this is a far better
alternative."
É falta de experiência achar que equipamentos velhos e fora de uso possam
ser usados num projeto de tal envergadura. Quasi-sucatas digitais têm papel
na educação, mas como laboratórios para ensinar manutenção de
microinformática, não para prover 60 milhões de estudantes.
Depois de cinco anos de uso, a vida útil de um equipamento usado é incerta.
Podem (e vão) quebrar a qualquer momento. Além do mais, há uma enorme
dificuldade logística para administrar milhões de equipamentos diferentes.
Além do mais, o custo em energia elétrica seria astronômico, como mostram as
planilhas do link acima. Sem falar em manutenção. É como carro usado: o
custo é sempre maior que de um carro novo.
Além do mais, equipamentos velhos (digamos, de cinco anos atrás) são apenas
levemente mais poderosos que o laptop XO, que é equivalente a micros desktop
de 1999-2000.
Finalmente,
6. "For western organisations such as MIT, OLPC and their sub-contractors to
benefit by transferring expensive and risky technology to the world's
poorest countries, without any documented need for it, looks like
exploitation to those of us who are really committed to global aid work."
Sem documentação de necessidade? Essa entidade necessita ler as dezenas de
teses e dissertações do LEC (http://www.lec.ufrgs.br) e de outras
organizações que estudam o aprendizado.
Não sei se o OLPC é bom para Burkina-Fasso ou Serra Leoa, mas me parece bom
para o Brasil.
--
nome: "José Antonio Meira da Rocha" tratamento: "Prof. MS."
atividade: "Ensino e pesquisa em mídias digitais"
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site: http://meiradarocha.jor.br ICQ: 658222 Skype: "meiradarocha_jor"
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