Re: [OLPC Brasil] Laptop educacional da Intel usará Linux
Paulo Drummond
ptdrumm at terra.com.br
Fri Jan 12 22:50:40 EST 2007
On Jan 12, 2007, at 3:47 PM, Jaime Balbino wrote:
> Ok Paulo,
>
> Mas isto deveria ser regra, não exceção. Deve existir um acordo tácito
> para que este tipo de coisa aconteça em larga escala e que se dê
> preferências por este tipo de intercâmbio,.
>
> Outra coisa também, mais difícil, é que isso deveria acontecer não só
> entre plataformas diferentes que rodam o mesmo programa . Deveríamos
> ter formatos de arquivos que permitissem a leitura/importação para
> outras plataformas, pelo menos das informações mais básicas. Algo como
> um XML/DTD que é usado pelo OpenDocument, DocBook, DublinCore,
> Wikipedia, Scorm e IMS-LD (citei vários campos de conhecimento:
> documentos "office", bliblioteconomia, internet e educação a
> distância).
>
> Pode ser pedir demais para agora, mas em EAD estamos caminhando para
> isso. O formato OpenDocument é avançado o suficiente para ser
> referência nisso. Tudos esses esforços e experiências poderiam ser
> integrados em benefício da educação em geral.
Acho que não é pedir demais. Afinal, listas como essa servem entre
outras coisas para despertar iniciativas e congregar esforços. O
fenômeno Wikipedia/wikimedia é um exemplo inegável de quão mais
próximos estamos de um ideal de interoperabilidade. A adoção de SCORM
em inúmeros projetos e plataformas de EAD e, mais recentemente ODF/
OASIS para o que a própria Microsoft parecer ter "baixado a crista",
são vitórias importantes que irão se acumulando, essencialmente em
benefício do usuário final.
Além do Squeak como interoperável, o editor de texto escolhido para
fazer parte do sofware do laptop foi AbiWord que 'escreve' em XML
(assim como o OO), permitindo a leitura de seus textos resultantes em
praticamente qualquer outro editor de textos moderno.
> Imaginem você ir num site, pesquisar, escolher e colaborar com um
> roteiro de aula e depois escolher em QUAL FORMATO e para QUAL PROGRAMA
> você quer baixá-lo.
>
> Isso não é futurologia. O IMS Content Package e o LOM (Metadados para
> Objetos de Aprendizagem) são exemplos de normas XML para este tipo de
> trabalho. A UNED desenvolveu um programa colaborativo de autoria para
> professores com eles e o IMS-LD (Learning Design). O Reload
> (http://www.reload.ac.uk/) é um programa para criação de roteiros e
> gravação em formato XML legíveis por sistemas que aceitam SCORM e
> IMS-LD.
Não. Não é futurologia. É o presente. XML é hoje "de rigueur". Tanto
que governos de vários países, estados, províncias e cidades
abraçaram a norma, forçando os produtores de software 'proprietário'
a se curvar diante do fato (v. Microsoft vs. European Union e muitos
outros). Amanhã XForms, XQuery, e por aí vai...
Penso que será preciso uma nova filosofia de capacitação docente em
prazos não muito longos, mas ainda não está visível uma iniciativa
por parte da máquina governamental neste sentido. Isto terá que ser
feito mais dia menos dia, independentemente da escolha do instrumento
que é hoje o pivô do processo.
> O desafio agora é tornar estas tecnologias mais acessíveis ao
> professor comum. Acho obrigatório também entrarmos neste barco para
> viabilizar a pesquisa e intercâmbio da enorme produção que virá.
Com certeza. Uma vez que o governo é o comprador, a promoção de
capacitações docentes neste sentido - ainda que em escala piloto - já
deveria ter começado... Uma das mais importantes medidas para o
projeto Manhattan foi a coleta de prata (não havia cobre suficiente)
necessária para construir separadores eletromagneticos necessários
para produção de urânio-235 em Oak Ridge.
> Um abraço,
> Jaime.
outro,
Paulo
>
> Em 12/01/07, Paulo Drummond<ptdrumm at terra.com.br> escreveu:
>>
>> On Jan 12, 2007, at 12:45 PM, Jaime Balbino wrote:
>>
>> > ...
>> >
>> > A questão maior é o modelo de desenvolvimento destes softwares. Não
>> > estou falando para o Classmate usar o Alphacity ou mudar para o
>> Sugar.
>> > Mas seria bom que houvesse a interoperabilidade dos softwares,
>> > cumprindo-se uma agenda mínima de recursos e objetivos que
>> permitisse
>> > a troca de códigos e a livre escolha.
>> >
>> > Algo que abrangesse a troca de documentos, roteiros e
>> atividades. Que
>> > pudéssemos "tocar" uma mesma atividade no OLPC e no Classmate
>> sem ter
>> > que reescrevê-la.
>> >
>> > Também seria interessante rodar os programas em ambas as
>> plataformas,
>> > para isso elas teriam que respeitar configurações mínimas de
>> > equipamentos e drivers. Imagene a rede Mesh conversando com XOs e
>> > Classmates?
>> >
>> > Por fim, seria importante que falássemos a mesma língua. Criando
>> > softwares pedagógicos e não ter o Classmate numa linha de ensino de
>> > Office/OpenOffice e o XO com Alphacity/Sugar.
>>
>> Squeak / eToys funciona de maneira idêntica em mais de 10
>> plataformas / sistemas, incluindo Sugar, Linux tradicional e Mac OSX.
>> Até mesmo em (vários sabores de) Windows!
>>
>> Um projeto Squeak pode ser criado numa máquina rodando Linux, editado
>> numa máquina OSX, compartilhado via estações Windows, ampliado em
>> UNIX, alterado em Solaris... sem que haja a menor necessidade de
>> adaptação do projeto por força de seu uso em diferentes sistemas
>> operacionais.
>>
>> Paulo
>>
>>
>
>
> --
> Jaime Balbino Gonçalves da Silva
> Designer Instrucional e Consultor em sistemas de ensino
> Gestão, automação e adaptação em EAD
> Pedagogo e Técnico em Eletrônica
> Campinas, SP - Brasil
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