[OLPC Brasil] Bloquear peladas... e o ensino de Macumba?
Jaime Balbino
jaimebalb at gmail.com
Tue Jan 9 08:46:26 EST 2007
Ontem estava garimpando alguns exemplos da interface do laptop para
uma palestra em gestaçao e lembrei que o ambiente Alphacity, uma
cidade virtual dentro do XO, possui em uma de suas "casas" com
proposta de atividade sobre cultos africanos, em especial a Unbanda.
Fiquei imaginando utilizar este exemplo na palestra, como provocaçao.
A proposta permite uma pequena imersao nesta cultura, sem preconceitos
ou estigmas, ja que sao as criancas e o professor que devem pesquisar,
debater e desenvolver seu aprendizado. As imagens escolhidas sao
bonitinhas e o "clima" da casa e' deveras agradavel, seguindo o padrao
da "cidade" (alias, os poucos detalhes que deixam os desenhos quase
toscos contribuem para esta quase "neutralidade" do ambiente).
Esta "casa" pode ser utilizada como principio, meio ou fim de um
estudo mais amplo sobre o tema especifico (cultos dos
afro-descendentes) ou mais amplo (cultura brasileira e africana,
escravidao, religioes, filosofia, etc...) e ainda temas
transversais(etica, preconceito, etc...).
Este nao e' o enfoque tradicional da Escola. Minha provocacao seria
questionar quanto a reacao dos pais e das igrejas em saber que o filho
esta aprendendo "macumba" na escola. Ainda mais se as atividades
vinculadas estiverem dando certo e a crianca passar a discutir cultos
africanos com naturalidade e respeito, sem o peso da moral crista.
Imaginei aquelas igrejas que tem programas de TV dedicados a afirmar
que todos os males do cotidiano se devem 'as religioes espiritas e de
origem africanas. Tambem os governos, como no Rio de Janeiro, que
implementaram o creacionismo no curriculo. Pensei nas criticas veladas
e manifestacoes publicas que fariam.
No final, conclui que esta seria estas seriam atividades fadadas 'a
censura, seja pelo professor, pela escola, pela propria comunidade,
pelos divernos niveis de governo. Ordens judiciais (como a que
bloqueou o Youtube) seriam expedidas para bloquear esta parte do
Aphacity (e' um programa que funciona em rede) e seriamos obrigados a
"adequar" o conteudo, leia-se: iserir o preconceito e a cristandade
ainda faltante.
Marilena Chaui nos ajudaria nesta discussao.
Um abraço,
Jaime Balbino Gonçalves da Silva
Designer Instrucional e Consultor em sistemas de ensino
Gestão, automação e adaptação em EAD
Pedagogo e Técnico em Eletrônica
Campinas, SP - Brasil
jaimebalb at gmail.com
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