[OLPC Brasil] Re: Brasil Digest, Vol 10, Issue 41

Denise Vilardo dvilardo at gmail.com
Fri Dec 29 13:53:19 EST 2006


José Antônio,

você está percebendo o que tenho insistido em dizer?

O professor que pegar o Squeak pela frente, por exemplo, tem que fazer o que
você está fazendo: tem que experimentar! Pode ter alguma orientação básica,
mas tem que fuçar, tem que acertar e errar, tem que descobrir as
possibilidades... inclusive descobrir que ele é excelente para o trabalho de
produção de textos e de leitura, principalmente para as séries iniciais,
superando a idéia de que ele é mais adequado para Matemática e Ciências.

Cada vez que se pensa em capacitar os professores nos diferentes softwares
educativos, tremo ao imaginar (e isso já vem sendo feito) que as coisas são
"passadas" para eles e não construídas com eles. Essa diferença, que parece
sutil, é fundamental para o desenrolar do processo.

A Síntia e a Jenny já têm falado sobre isso também.

Acho que o melhor exemplo que todos conhecem é o Webquest - que é uma
unanimidade entre os educadores que o utilizam  - e que me deixa com um
tremendo pé atrás... porque, por ser uma metodologia de pesquisa orientada,
tem passos pré-determinados a serem cumpridos, e acaba se tornando um
trabalho estruturado demais, organizado demais... é uma atividade de
aprendizagem que se propõe a "ensinar a pensar", mas o que tenho visto são
crianças "aprendendo a pensar" sempre da mesma maneira... seguindo o mesmo
roteiro, ao invés de estarem "aprendendo a aprender".

Os professores se apegam à "receita" do webquest e não avançam, porque
seguindo o "manual de instruções" eles se sentem seguros... e aí torna-se um
prato cheio para a reprodução apenas, porque não se sentem desafiados, não
os fazem pensar; eles não criam e eles têm que ser também produtores de
conhecimento e não se sentirem apenas orientadores de tarefas a serem
realizadas,  aplicadores de técnicas, seguindo um roteiro prévio, pensado
por outra pessoa.

É claro que existem ótimas exceções, porque a metodologia é interessante,
desde que não seja limitadora. Mas as exceções vêm justamente das pessoas
que se apropriaram da metodologia e passaram a criar a partir dela. Pra isso
tem que se ter estrada e consciência do que se está fazendo e onde se quer
chegar...

Os professores também têm que aprender a pensar. Têm que aprender a perder o
medo do inusitado. E as oficinas de capacitação são uma ótima oportunidade
pra isso.

A tarefa é grande, mas o desafio vale a pena.

Abraços a todos!

Denise Vilardo

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