[OLPC Brasil] Livro didático : a situação virou completamente

Sintian Schmidt sschmidt at caxias.rs.gov.br
Wed Dec 27 17:48:50 EST 2006


Concordo com você Jaime sobre o tipo de formação que vamos oferecer aos professores. 
Acho essencial partir do questionamento sobre os conceitos que os professores têm de 
conhecimento, ensino, aprendizagem, ... tentando provocar desequilíbrios cognitivos e 
romper paradigmas. Se cometermos o erro de ‘treinar’ os professores, eles reproduzirão 
esta prática no uso dos recursos tecnológicos disponíveis – é isto que fazem 
atualmente: reproduzem o mesmo modelo de ensino que receberam.

Discordo que ‘algumas coisas ainda devam ser ensinadas quase de forma tradicional’. É 
possível organizar workshops utilizando dinâmicas diferentes, menos instrucionistas e 
mais interativas, oportunizando a cooperação e a interação, a pesquisa teórica e ações 
práticas que oportunizem a construção do conhecimento. Mas o mais importante, é tentar 
criar redes através de comunidades virtuais, onde as pessoas possam compartilhar suas 
experiências, trocar informações, esclarecer dúvidas e divulgar suas descobertas.

Em outra mensagem Jaime (1o teste com crianças do XO na USP), você fala de uma oficina 
que esta preparando para professores. Certamente ela terá uma boa dose de informação, 
mas isto não quer dizer que ela tenha que ter moldes ‘tradicionais’. A informação é 
importantíssima na construção do conhecimento, pois não construímos a partir do nada, 
mas de estruturas cognitivas que já temos através da interação com o objeto – e este 
objeto pode ser a informação (falada ou lida) através de processos mentais que 
provoquem a assimilação e acomodação de novos conhecimentos. E como você afirmou, não 
precisamos reinventar a roda! Eu gosto de pensar em oficinas como momentos 
para ‘provocar’ o interesse das pessoas, despertando o desejo de saber mais sobre o 
assunto. Por isso considero importante disponibilizar material para que os 
interessados continuem sua construção. E este material não precisa ser, 
necessariamente, instrucionista (mas um manual também tem sua importância).

Ainda sobre a oficina, você cita algumas ferramentas. Isto me faz pensar na 
necessidade de uma comunidade que discuta as questões pedagógicas do seu uso (não é 
Jenny?). Seria interessante ter um grupo de pessoas, pensando e disponibilizando 
diferentes oficinas que pudessem colaborar com o projeto. Além de poder pontuar “onde 
estas iniciativas independentes se tocam e como o professor reinterpreta esse 
conhecimento”, como você pensa fazer. 

E por falar nisto, quem está efetivamente pensando pedagogicamente nestes aspectos? 
Quais são as instituições ligadas ao projeto? E o MEC: qual é seu papel atual no 
projeto OLPC? Como o Jaime afirmou: no Brasil sobram perguntas, e elas não saem da 
minha cabeça!

Sintian Schmidt
http://bloguinfo.blogspot.com
Assessora Pedagógica de Informática Educativa
SMED - Secretaria Municipal da Educação 
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul 
www.caxias.rs.gov.br/nidi

---------- Original Message -----------
From: "Jaime Balbino" <jaimebalb at gmail.com>
To: brasil at laptop.org
Sent: Wed, 27 Dec 2006 11:26:30 -0200
Subject: [OLPC Brasil] Livro didático: a situação virou completamente

> Jenny,
> 
> Legal a metáfora do móvel. Acho que a questão que pertuba a todos nós
> não é a formação do professore em si, pois ela terá que ser feita
> mesmo, mas QUAL O TIPO de formação. Se utlizarmos mais uma vez o
> paradigma conteúdista para "treinar" o professor ("só se treina
> animais", diria o David Cavallo) então não podemos esperar que ele
> haja de maneira diferente na sala de aula.
> 
> Num processo de descoberta mais livre, igual ao que ocorrerá com o os
> alunos (quer queriamos ou não), fica também a questão de como se dará
> o acompanhamento desse processo. Assumindo a visão estatal, não dá pra
> gastar 1,4 milhão em equipamentos e não saber como eles estão sendo
> utilizados.
> 
> Para tudo isso já há respostas. E ela passa pelo foco nos novos
> paradigmas. Não devemos  ensinar nosso professor a ligar um aparelho,
> mas podemos começar pergundo para ele o que é conhecimento? Como se
> avalia um trabalho em grupo? O que ele faria se tivesse 30 crianças e
> 30 computadores em rede em tempo integral todos os dias em todas as
> turmas que orienta?
> 
> Algumas coisas ainda acho que devem ser ensinadas quase de forma
> tradicional, em workshops, por exemplo. "Como fazer pesquisas
> eficientes na Internet", "técnicas de avaliação" e práticas no uso de
> ferramentas e metodologias como a colaboração, o Webquest, etc...
> 
> Um abraço,
> Jaime.
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