Re: [OLPC Brasil] Wayan Vota se defende por incentivar a dominação

[Jaime Balbino]

Não acho estranho não.

A posição do Sr. Vota está de acordo com sua reconhecida competência na área.

Ele faz parte de uma ONG de inclusão digital, baseada nas premissãs
humanitárias de "igualdade de oportunidade para todos". a
engenharia/ideologia que eles aplicam é a "democratização" do uso das
mesmas ferramentas dos ricos pelos pobres.

A OLPC representou uma importante momento de quebra desse paradigma,
que o Vota muito competentemente tenta visivelmente compreender
através do seu blog "OLPC NEWS'... Eu disse que ele "tenta", não que
ele de fato consiga entender todos os nuances, pois ele está
ideologicamente comprometido com seu modelo de "inclusão digital".

Ele apenas externa esse ranço ideológico quando defende os softwares
proprietários.

Faz parte do debate.

Se um dia ele conseguir compreender a engenharia por detrás da cultura
do software livre, haverá um salto importante nos horizontes de sua
compreensão.

... talvez aí ele abrace Papert e Negroponte e chore copisiosamente,
enquanto os chama de irmão.


Um abraço,
Jaime.


Em 02/03/07, José Antonio<joseantoniorocha at gmail.com> escreveu:
> O uso e disseminação de softwares proprietários, fechados e caros é
> defendido por Wayan Vota, que tem projetos com a Microsoft.
>
>  Posição estranha para quem se diz humanitarista.
>
> Por que uso e suporte de softwares fechados é imperialismo?
>
> Porque produz um fluxo altamente desequlibrado de capital.
>
> Só o trabalho produz riqueza. O custo de um bem é proporcional à riqueza
> produzida pelo trabalho nele investido e pela disponibilidade do bem.
> Duplicar software ou informação usa pouquíssimo trabalho, graças à
> tecnologia digital. A duplicação tem custo irrisório, e barateia o trabalho
> inicial de desenvolvimento de software. Pelas leis econômicas, quanto mais
> oferta de um produto, menos ele deveria custar. Com a possiblidade de
> "infinitas" cópias, o software custa infinitamente pouco: nada,praticamente.
>
> Mas em vez de vender serviço (que não pode ser "pirateado"), se vende
> software ou informação. Assim, está se trocando algo que vale quase nada
> (pelas leis econômicas) e que teve pouco trabalho investido (pelas leis da
> Física), por muita riqueza gerada pelo trabalho real. Portanto, está se
> fazendo um enorme fluxo desequilibrado de capital, protegido por leis de
> copyright e patentes. Nada contra o lucro ou capitalismo. Lucro ou riqueza é
> o resultado do trabalho das pessoas. O problema é que o lucro das pessoas
> está sendo sugado pelos produtores dos programas fechados comerciais.
>
> Mesmo indo contra as leis da Física e da Economia, o imperialismo atual se
> sustenta por leis criadas pelo patrocínio de poderosas corporações
> editoriais, de mídia e de software, contra os interesses da maioria da
> população. Esse tipo de lei leonina jamais passaria numa democracia direta.
>
> --
> nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
> atividade: "Pesquisa e aprendizado em mídias digitais"
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Jaime Balbino Gonçalves da Silva
Designer Instrucional e Consultor em sistemas de ensino
Gestão, automação e adaptação em EAD
Pedagogo e Técnico em Eletrônica
Campinas, SP - Brasil
jaimebalb at gmail.com