[OLPC Brasil] Re: Brasil Digest, Vol 11, Issue 24

[Denise Vilardo]

Gostaria de colocar a grande dificuldade em conciliar as questões
> "rotineiras" de nosso trabalho com a aquisição de novos conhecimentos
> necessários. Ao sair da tradicional sala de aula para o laboratório de
> informática, nós, professores necessitamos de inúmeras ferramentas e de
> uma maior qualificação. Por conta desta mudança, tento aprender HTML,
> Logo, até Delphi... mas é sabido que muitos excelentes professores não
> terão grandes habilidades (me incluo aqui! rsrs) para desenvolver
> atividades realmente eficientes. Para isso acho essencial essa interação
> entre o desenvolvedor e o professor...não seria essa a idéia??
>

Oi, Jenny, faço minhas, as suas palavras...

Tenho feito um "exercício", de criar algumas atividades que possam ser
utilizadas pelos alunos, nas pequenas máquinas (como costumo chamar os
laptops), só que cada vez me sinto mais incompetente, mais distante de
tudo...

Decididamente, acompanhar todas as novidades no momento em que elas surgem,
é tarefa pra poucos.

Minha participação por aqui tem sido sempre na defesa inequívoca de uma
capacitação/atualização contínua, não pontual, dos professores. A tudo o que
já venho mencionando como sendo de fundamental importãncia para a
qualificação dos docentes, acrescento à lista o que a Jenny menciona: a
cooperação entre educadores e desenvolvedores.

Temos que, desconstruir tudo o que aprendemos, nos idos de nossa formação,
aprender a "ensinar a aprender a aprender"; compreendendo o que a Psicologia
do desenvolvimento cognitivo está nos mostrando; nos apropriarmos da Língua
Inglesa com fluência; lidar com programas cada vez mais sofisticados;
entender como funcionam os games e, se possível, jogar um bocado também...
além de sermos peritos em currículo (para poder mudá-lo); em
interdisciplinaridade; sem perder de vista as questões da cidadania, do
mundo do trabalho, do multiculturalismo, dos preconceitos de toda ordem (a
lista tem presenciado como "pegou fogo" a questão religiosa por aqui...), da
sexualidade e outros mil etcéteras... e aquela discussão sobre "visão de
mundo" de que tanto gosto.

É só pra lembrar que a tarefa é muito, muito densa e que precisamos de
todos, generosamente.

Peço pra que façamos uso da nossa sensibilidade, entendendo que o nosso
discurso é de inclusão e de socialização de conhecimentos e, se não
cuidarmos, corremos o risco de abrirmos fossos, ao invés de construirmos
pontes.

É uma questão de coerência.

Grande abraço a todos.

Denise Vilardo
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