[OLPC Brasil] Fwd: [Ead-l] Livro didático e XO
José Antonio
joseantoniorocha at gmail.com
Sat Dec 30 10:23:22 EST 2006
Recebi este email na lista de EaD.
---------- Forwarded message ----------
From: marinhos <marinhos at uol.com.br>
Date: Dec 29, 2006 1:03 PM
Subject: Re: [Ead-l] Livro didático e XO - falando p/ José Antonio
To: Lista de discussão sobre EAD <ead-l at listas.unicamp.br>
prezado José Antônio
me perdoe por dar uns pitacos em algumas afirmações suas. Mas
penso q em algumas delas vc complica a coisa. :-)
---
> A situação está zerada. A grandes editoras de livros didáticos
> estão em um modelo de negócio em obsolescência, que poderá
> estar morto em 2016.
Sempre somos capazes de fazer previsões, em especial qto à
escola e a educação. Mas somos mto + capazes de errar no q
prevemos.
Veja alguns exemplos. Eu os reuni p/1 palestra q fiz algum tempo
atrás sobre tecnologia e educação.
Thomas Edison, em 1922, já vaticinava o fim do livro-texto. Ptanto
vc ñ é o 1o. :-)
A diferença é q ele ñ falava em computador como substituto deles.
"Eu acredito que o cinema está destinado a revolucionar nosso sistema
educacional e que em poucos anos ele suplantará amplamente, se não
totalmente, o uso de livros-textos. A educação do futuro, como eu a
vejo, será conduzida por intermédio do cinema, uma educação
visualizada, onde será possível obter 100% de eficiência."
Em 1925, ele reforçou a previsão:
"Em 10 anos os livros-texto como o principal meio de ensinar serão
tão obsoletos como os cavalos e as carruagens são agora."
Já se foram 80 anos desse fim previsto. E continuamos, felizmente
eu diria, c/livros-textos, ainda q mtas vezes c/qualidade discutível.
Aliás, continuamos a ter livros, apesar de computadores. Inclusive
livros q nos permitem aprender como usar o computador. :-)
William Levenson, em 1945, assim previu:
"Chegará o tempo em que um receptor de rádio portátil será comum
na sala de aula como o quadro negro. A instrução através do rádio
estará integrada na vida escolar como um meio educacional aceito."
O q vc viu de rádio nas escolas?
Daqui há pouco alguém poderá fazer a mesma previsão c/ o iPod.
P/ Skinner, em 1945, "Com a ajuda das máquinas de ensinar e da
instrução programada, estudantes poderiam aprender duas vezes
mais no mesmo tempo e com o mesmo esforço com numa sala de
aula padrão."
Lyndon Johnson, em 1968, acreditava q a solução estaria na TV:
"O requerimento único para uma educação boa e universal são meios
baratos e e prontamente disponíveis para ensinar as crianças.
Infelizmente o mundo tem somente uma fração dos professores que
necessita. [American] Samoa resolveu esse problema através da
televisão educativa."
S/contar q Paper falou q no futuro ñ haverá sala de aula. Mas ele
só ñ nos disse qdo será esse futuro. Pode ser em 500 anos. :-)
Mas ainda acho q lá, se houver humanidade, haverá sala de aula.
O livro didático pode até morrer, no q depender da escola pública,
pq as secretarias andam comprando apostilas q são, ao final, livros
piorados.
Resta saber a razão pela qual compram tais apostilas - q integram
pacotes educacionais, q, ao final, propõe praticamente 1 processo
de unformização da aprendizagem - qdo recebem os livros didáticos
do MEC q, bem ou mal, passam por 1 crivo q é importante.
Ah! O livro didático continuará existindo por causa da rede particular
de ensino. Aliás, observe q essa rede, q em tese prepara melhor os
alunos, ñ se envolve c/tamanha facilidade em alguns dos modismos
educacionais. P q será?
E embora os pacotes educacionais q vêm sendo comprados por
escolas públicas sejam produzidos por escolas da rede privada, a
maioria delas - pelo menos aqui em BHZ - ñ os adota e ainda adota
o velho e "nem tão bom" livro didático.
Q, aliás, está num preço de mater de susto. Tenho 1 filho q fará 1o
ano do Ensio Médio em 2007. A lista de material - basicamente livros
- beirou R$ 1.000.
---
> Qualquer professor esperto vai produzir material didático a partir
> de AGORA (traduzindo suas aulas para um projeto Squeak, por
> exemplo). Se o projeto for bom, será incluído em 5 milhões de
> máquinas iniciais do projeto OLPC.
Ou os profs de escolas públicas q vc conhece são bem diferentes
dos q conheço ou a sua afirmação ñ tem sentido. Sorry. :-)
1 dos entraves do uso ampliado do computador em escolas públicas
está exatamente na falta de compromisso de mtos professores.
Eles ñ querem se mexer p/mudar suas aulas - o negócio é repetir as
velhas aulas até o dia da tão sonhada e esperada aposentadoria.
Usar computador dá trabalho p/professor e eles ñ querem isso.
Eles teriam q rever aulas e formas de avaliação, precisariam criar
atividades de aprendizagem q envolvam o uso da tecnologia.
Precisam, antes dr tudo, reconceituar ensinar a aprender. E, é claro,
têm q construir intimidade c/as tecno, criar 1 cultura de uso, qdo
sabemos q maioria deles ainda nem tem computador em casa.
Mas, eles parecem estar bem convencidos de q fazer tudo isso q
seria novo dá mto trabalho e ñ vale a pena. Inclusive pq, é o q mtos
alegam, isso ñ aumenta os salários, ou seja, trabalha-se + p/se
ganhar o mesmo.
Ouvi isso nas escolas, tenho os + variados relatos de orientandos
de Mestrado q pesquisaram uso de computador em escolas públicas.
É isso o q tenho visto e ouvido, embora às vezes ñ de 1 forma tão
explícita como coloco.
Pelo q vi, "professor esperto" é aquele q ñ se mexe e fica quietinho
no seu canto, repetindo as velhas aulas, reaplicando as velhas
provas, contando até as mesmas piadas, no aguardo da sua
aposentadoria.
Os q se mexem e buscam fazer algo diferente são tidos, por mtos,
como exibidos ou trouxas.
---
> Se der certo este ou outro projeto de inclusão digital, o MEC estará
> comprando 12 milhões de laptops por ano, a partir de 2009 ou 2010,
> para sustentar seus 56 milhões de alunos. Em cinco anos (2016),
> todos os estudantes do fundamental terão seus laptops.
Observe q vc mesmo coloca 1 condicional: "se der certo ..."
Mas deixemos a condicional de lado.
Quem te disse isso? Pergunto pq faço pte da equipe de especialistas
q discute o projeto UCA - Um Computador por Aluno - [o projeto OLPC
no Brasll] e jamais ouvi de alguém da SEED/MEC essa previsão. E
olha q ñ perdi 1 reunião do grupo. :-)
E, antecipo, duvido q em 10 anos sequer 1/2 dos alunos de escolas
públicas venha a ter laptops.
E veja q hoje, apesar de todo o esforço do MEC/Proinfo, nem 1/2 das
escolas públicas tem computador, no modelo de laboratório de info,
o q significa colocar algo em torno de 15 máquinas por escola.
E ter computador ñ basta, é claro.
No último censo q vi do INEP, 44,5% das escolas da rede pública
declararam fazer uso pedagógico do computador [entre declarar e
fazer pode haver tb 1 diferença significativa] e apenas 34,8% delas
tinham acesso à Internet.
Nas escolas da rede particular os índices eram, respectivamente,
70,8% e 55,5%. Ou seja, quem talvez menos precise da escola p/
fazer sua info-inclusão, pq em sua maioria já a tem em casa, é q
tem + acesso à máquina na escola
---
> O dinheiro do livro didático (600 mil reais por ano) poderá ser
> usado para custear o laptop. Se economizaria também o dinheiro
> de propaganda inútil sobre devolução de livros didáticos (Também
> se economizará em lápis, papel, retroprojetor, material escolar e
> procedimentos burocráticos entre escolas, secretarias e MEC).
O laptop ñ está sendo pensado como livro eletrônico, pelo menos
por essa comissão q integro. Acho q esse é pior uso q se pode
fazer dessa máquina.
Temos discutido a questão q nos parece crucial q é o uso do laptop
numa abordagem pedagógica inovadora, onde o X0 seria + 1 dos
recursos a serem utilizados.
Tanto é q nos projetos-pilotos, + do q testar as qualidades do
equipamento, na perspectiva de ser capaz de suportar os impactos
da rotina de vida dos alunos (chuva, queda, falta de luz, roubo, uso
na escola ou em casa etc), o q queremos é verificar o qto esse
recurso apresenta em termos de possibilidades de 1 trabalho
educativo inovador e criativo.
Mas isso, é claro, depende inclusive - e mto - de haver professores
qualificados e comprometidos. Tecnologia sozinha nada fará na
escola, sabemos todos. Tanto é q são mtas as escolas q têm o
computador mas ñ seu uso [vemos labs fechados em várias].
E ñ podemos pensar em escola q só tenha computador; onde ñ
haja lápis, papel e outros materiais escolares. Penso q isso seria
o fim da escola. E ñ consifgo vaticiná-lo.
E tb ñ consigo advogar isso, apesar de lidar profissionalmente c/
as tecno digitais em educação.
No +, Feliz Ano Novo.
E q 2007 continue sendo 1 ano de bons debates na lista.
[]s
Simão Pedro
bh.29.12.06
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